segunda-feira, 5 de abril de 2010

A impunidade....de novo.

Sei que é chato, mas estou seguro de que é mais efetivo repetir 288 vezes a mesma coisa do que buscar novos problemas.

Continuo achando que a Impunidade é um dos maiores males que enfrentamos no dia a dia. É preciso ficar atento todo o tempo pra isso. Ontem de manhã vi no Bom dia Brasil uma reportagem sobre golpistas que transferem pontos para carteiras de motoristas falsificando a assinatura. Sempre que você recebe uma multa vem na parte de baixo esse termo, para ser preenchido com os dados do condutor caso não tenha sido o proprietário que levou a multa.

O que me deixa irado é que a solução vai para o lado de tornar mais difícil o processo de apontar o condutor. O legislador, que é parte da sociedade, vai acabar obrigando a que o documento tenha firma reconhecida, cópia autenticada disto e daquilo, etc. O ônus fica com quem é honesto.

No entanto, na própria reportagem já está a solução, pois falsificar assinatura é crime punível com 6 anos de cana. Pra que criar algo novo então?

Logo em seguida veio outra reportagem, com catadoras de lixo. Mostra uma mulher ( mulher ou menina?) de 21 anos com 3 filhos e grávida. Ela leva seus filhos em uma carroça puxada por um jegue para o lixão onde pegam comida, roupas e utensílios. O tom da reportagem é de vitimismo, começa pelas crianças mas não identifica os algozes, que nesse caso são os próprios pais...

A linguagem é poética, as imagens bem montadas. A entrevista no entanto é pobre, coloca essas mães somente como vítimas. Uma delas é retratada como "mãe dedicada de 2 filhas", porém está sem emprego, que mamãe exemplar não?

O fechamento da reportagem foca no trabalho infantil ( como se revirar o lixo fosse ok para adultos) Fala-se da falta de estatísticas oficiais, como se estatísticas fossem mudar alguma coisa...

O que me choca mesmo é ver que as mães são consideradas Somente Vítimas, afinal também foram catadoras, não tiveram escolha... Não tenho dúvida de que tiveram uma infância desgraçada, mas não muda o fato de elas serem responsáveis pelos seus filhos e por suas escolhas quando adultas. Quando será interrompido o ciclo e por quem?

Dois casos totalmente distintos onde enxergo o mesmo problema: => não atribuir às pessoas sua responsabilidade. Faço 2 perguntas:

- No primeiro caso, se o golpista fosse preso, quantos não deixariam de tentar aplicar o golpe com medo da cadeia?
- No outro, se os filhos fossem tirados das mães? Afinal não vivem em condições adequadas. Se ela fosse pra cadeia pelo que faz com os próprios filhos? Seria exagero? Lembre-se que elas mesmas declaram que " a vida é assim mesmo", ou seja, não acredito que estejam tentando sair dali.

Até quando vai ficar levando porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada?

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