segunda-feira, 9 de maio de 2011

Só pra variar....

De vez em quando, mesmo eu que sou supercrítico me deparo com opiniões que concordo. Não é sempre, mas acontece...hehehe

Hoje li editorial do Estadão que achei muito bom. Fala sobre como as pesquisas de opinião são utilizadas de maneira distorcida, propositadamente ou não, para defender um ponto de vista. Não deixem de ler.

Tem muito a ver com algo que acredito há bastante tempo. Uma vez uma amiga do colégio apareceu dando opinião na Veja SP sobre algo que não lembro, ligado a comportamento dos jovens. Ela era gatinha, então quando a encontrei comentei o assunto, pra puxar papo. O curioso foi que ela estava contrariada, pois ela não havia dito o que a revista publicou. Pra piorar, a opinião dela era contrária ao argumento principal do artigo. Imagine que o artigo mostrava que os jovens estavam perdendo a virigindade mais cedo e ela fosse uma celibatária, era algo assim.

Desde essa época fui prestando atenção a jornais, revistas e TV e me parece muito claro que os editores tem algo na cabeça, querem falar disso, e então colocam seus jornalistas em campo para provar seu ponto. No jornalismo ao vivo, ou diário, acontece menos eu acho, pois não dá tempo de editar muitas vezes, e a coisa sai como foi filmado ou gravado mesmo.

Mas quando você pega revistas semanais e mesmo jornais em matérias que não são urgentes a manipulação é fácil. Existe uma agenda, algo em que os jornalista acreditam e é isso que eles vão defender. Dão muito destaque às notícias que corroboram o ponto de vista deles e muito pocuo para as que vão contra. Ou sequer publicam dados contrários ao que querem provar. Um caso claro é a nova campanha do desarmamento. Houve queda da criminalidade em SP e aumento nas capitais do Nordeste. Os caras tem coragem de dizer que em SP foi o desarmamento que resolveu enquanto no NE é um dos "bons problemas" do crescimento econômico.

Pensei nisso ontem, pois falava com meu pai sobre a criação do PSD ( veja que vem de família isso, onde já se viu falar de política no domingo? É que o primeiro tempo do jogo do Santos tava chato...). Bem, meu pai começou dizendo que o Kassab criou o PSD pois havia brigado com o Serra. Posso me alongar aqui no assunto se vocês estiverem ansiosos para escutar minhas opiniões político-partidárias ( acho que não...), mas seguindo raciocínios lógicos, eu e meu pai discutimos e ele acabou concordando que embora nem eu nem ele saibamos os reais motivos, é difícil que uma briga entre o Serra do PSDB e o Kassab do DEM seja o motivo.

Pra mim é visível que existe um viés esquerdista-petista em boa parte da imprensa. A Lua de Mel dos jornalistas com a Dilmosa está ridícula, ela posando de grande gerenta que não aparece porque está trabalhando é pra fazer rir. Praticamente inexiste pensamento crítico na imprensa. O Jabor mesmo encampou totalmente a fantasia da Gerentona. Rapaz, ela até pouco tempo atrás era responsável por quase tudo que hoje está um desastre, de aeroportos ao setor elétrico. E agora ela recebeu uma herança maldita? Só se for dela mesma...

Tem um livrinho que tenho que é espetacular, chama-se "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão". Ali estão explicitadas diversas estratégias que são usadas rotineiramente pelos políticos e em particular pelos petistas. Jornalistas também usam quando convém. O complicado é que mesmo conhecendo-as, não é fácil defender-se delas, especialmente no calor de uma discussão.

Pra encerrar, li outra frase na semana passada com a qual concordei ( 2 em seguida hein??). E um livrinho sobre liderança empresarial, na maior parte meio bobo, mas um dos caras está falando sobre o fato de que é papel do líder mandar, que nem sempre a democracia deve ser o método de decisão e que em diversos momentos o líder será impopular. Ele diz que o líder deve escutar todo tipo de opinião, mas às vezes tem que tomar sozinho a decisão. É algo como:

"My point of view is that if I don´t hear arguments that change my mind I´ll stick to my personal opinion. If you can´t convince me, let´s do it my way."

Penso exatamente assim, o cara simplificou bem. Não é arrogância, é a constatação de que:

1- Eu sou o líder e sou eu que vou ter que responder pelas decisões tomadas. Na dúvida vou seguir minha opinião.
2 - Reflito muito antes de tomar decisões. Estou sempre pesando prós e contras de cada passo a tomar. Registro bem decisões anteriores e consequencias boas ou ruins. Reavalio constantemente minhas posturas. Vejo pouquíssimas pessoas fazendo isso regularmente. Porque eu deveria me guiar pelo que os outros Acham quando eu Sei o que deve ser feito?
3 - Se você me achou um arrogante FDP, leia de novo o item 1. Se der merda, sou eu que vou segurar a bucha, e provavelmente serei eu que terei que consertar. Portanto...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Aê Osama, cê perdeu.

Essa seria a última frase que o Osama escutaria se o BOPE fosse internacional...Captain Birth na área...

Vi a notícia hoje de manhã. Como eu esqueci o ipod em casa e graças a um acidente na marginal escutei todas as versões, análise, discussões em todas as rádios agora de manhã. O que me espantou foi ver na internet imagens dos americanos comemorando a morte do Osama.

Isso vai surpreender quem me acha insensível, mas me chocou ver pessoas comemorando a morte de outra pessoa. Uma sensação de alívio seria compreensível, mas celebrar? No rádio compararam com a comemoração por um título no futebol.

Ontem assisti um programa na HBO com meu pai com o mesmo cara que fez Religulous, Bill Maher. É um comediante americano, liberal ao extremo, radical e muito ácido. O programa que eu vi ontem é do tipo stand-up, que o grande George Carlin fazia muito bem.

Bill Maher é obviamente democrata, e passa boa parte do seu show detonando os republicanos. Até aí ok, acho bom que os americanos sejam capazes de criticar fortemente uns aos outros. Não que eu concorde com tudo o que ele diz. Ele defende bastante o Obama, especialmente quando diz que sua política externa é mais próxima aos países muçulmanos, e que isso é bom pois ele, Bill, prefere não ter 3 bilhões de pessoas odiando os americanos.

Fica um pouco contraditório querer ser amiguinho dos caras e comemorar a morte do Bin Laden em praça pública. Além de atacar a Líbia e tentar matar o Kadafi...seus filhos...netos...

Só eu acho isso uma grande hipocrisia? Se eu acho que teria que matar o Bin Laden? Sinceramente não fico triste pela morte dele, mas não comemoraria nas ruas. Acho triste para a humanidade o fato de que a única solução para conflitos seja através da morte. Já na Líbia sou mais resistente, pois a OTAN está tomando partido de um dos lados de uma guerra civil, e as consequencias disso vão se estender por muito tempo.

Minha grande crítica ao Obama é que ele é muito hesitante. Ele pergunta demais e consulta demais. Ele é o homem mais poderoso do mundo, e não tem que ficar perguntando tanto. Tem que fazer o que acredita e viver com seus erros e acertos.

Muitas vezes a tal opinião pública é bastante estúpida. Basta ver casos em que multidões enfurecidas lincham criminosos. O consenso tende a ser medíocre no mínimo e bem ruim em muitos casos. Para as situações que os USA vivenciam na política externa, muitas vezes é necessário atirar antes e perguntar depois. Precisa usar muita inteligência para saber em que alvo vai atirar, mas na hora H não dá pra perguntar mais, tem que agir.

Essa crise toda no oriente médio está sendo vista como uma reinvidicação por democracia, como se a democracia nascesse do nada. São países que vivem com ditaduras há 20, 30, 40 anos, por que iriam querer democracia de repente? Espero sinceramente que seja esse o caso, mas meu lado mais racional diz para não ter muitas esperanças. Mais provável que um novo grupo suba ao poder, sem melhorias significativas para a população.

Mas saí do tema, o principal era mencionar isso, que os progressistas criticam os conservadores pelo uso da força, e quando estão no poder fazem o mesmo, e ainda comemoram. Eu não comemoro. Só não fico chateado. É como cortar um dedo gangrenado para salvar o braço. Não é pra comemorar.