quinta-feira, 28 de maio de 2009

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Post curtinho.

Fale três coisas pelas quais vale a pena viver.
Não sabe? Pare já o que está fazendo, qualquer coisa que seja, e vá descobrir.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Posso falar com o dono?

Hoje fui na Claro pela 2a vez para habilitar meu telefone, bom mas antes vou contextualizar:

Meu objetivo é manter o mesmo número do cel que usava da firma, para isso a pessoa responsável pelos celulares da firma onde trabalhava ligou na Claro PJ e transferiu a linha para meu nome, aí era só ir na Claro e passar a linha para o plano que eu bem entendesse, aí começa o problema.

A moça da firma onde trabalhava (vamos chamá-la de Monica para facilitar) me garantiu que a transferencia havia sido feita na sexta-feira (quem garantiu para ela foi o próprio pessoal da Claro) mas na segunda ainda não aparecia no sistema da Claro e hoje também não.

Aí vem a parte engraçada ou trágica, estava falando com a Monica dentro da loja da Claro e pedi que o pessoal da Claro PJ ligassem para a loja, quando pedio o telefone da loja veio a resposta da vendedora:

Vendedora: "Não sei"
Eu: "Você não sabe o telefone de onde você trabalha?"
Vendedora: "Não, nós só recebemos ligações"

Ou seja, dentro de uma loja de celulares a vendedora não sabe o número do telefone porque o mesmo é pai-de-santo, só recebe.

Nesse momento a assistente da aspirante a sub-gerente jr veio até a minha direção e explicou:

Assistente da aspirante a sub-gerente jr: "Sabe o que é, nós não temos contato com a Claro pessoa jurídica e só eles podem te ajudar"
Eu pensando: "Porra, a merda se chama Claro, é uma parada só e eles não podem se falar?"

Aí eu falei: "Então me passa o endereço da Claro, vou até lá"
Assistente da aspirante a sub-gerente jr: "Não é uma boa idéia, não vai adiantar".

Resumo da ópera, a tal Claro PJ também não podia mais me atender porque de acordo com o sistema dele a linha já não era mais PJ e estava no meu nome, o que não batia com a informação da loja.

Durante esse tempo (mais de 1h dentro da loja) me lembrei daquela cena do filme O Gangster (com Denzel Washington), logo no começo ele e o chefe dele estão numa loja de departamento e o chefe reclama da impessoalidade do atendimento, que antes você ia na loja conhecia o dono, ele sabia seu nome e tudo mais.

Claro que é um absurdo hoje em dia pensar que você vai falar com o dono, mas o sentimento de impotência estampado na cara do próprio pessoal da Claro é uma mostra de como estamos extrapolando o lado da impessoalidade e como as empresas muitas vezes se tornam uma entidade inacessível, até para os próprios funcionários.

Aposto que a maioria dos funcionários das lojas nunca foram na Claro.

Bom, saindo de lá encontrei com um vendedor de frutas de rua que estava dando pedaços de melancia para 2 senhoras experimentarem e dizendo que a alcachofra que acabara de chegar estava bonita, taí um exemplo que ainda é possível falar com o dono.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Roupa de ficar em casar

Quando eu era pequeno e morava com meus pais tinha a roupa de ficar em casa.

Era em geral calça de moletom velha, bermuda surrada, camiseta judiada. Tudo muito confortável, mas também velho e com furos.

De uns anos pra cá eu aboli a roupa de ficar em casa. O que tenho que fica tão velho e imprestável que tenho vergonha de sair na rua eu jogo fora ou dou pra alguém.

Se estou em casa, estou com as pessoas mais importantes da minha vida. Com minha família, amigos e principalmente....comigo mesmo. Que sentido tem em me vestir melhor pra estranhos na rua do que para aqueles mais importantes na minha vida?

A roupa é somente um dos elementos. Fas parte de uma decisão de buscar sempre o melhor de mim para aqueles que mais amo.

Não estou dizendo que você tem que usar roupas de grife em casa. Estou dizendo que se você faz questão delas na rua, use-as em casa também. Se você sai na rua mulambento e não tá nem aí, você também pode ficar assim em casa - só não me convide...

Um exemplo radical são as cuecas e calcinhas. Depois de um tempo de namoro/casamento, com a intimidade em alta, começam a ficar comuns as calcinhas bege velhas e as cuecas com elástico esgarçado.

A mulher pensa "Ah, estou em casa ! Vou colocar aquela calçolafraldageriatrica mesmo...afinal, é de algodão, é mais confortável..." porra, vai dizer que não tem uma confortável que não seja da Bridget Jones? E o cara então? Mete aquela Samba canção esbeiçada com mancha de freada e camiseta de político pra dormir... Depois reclama que não rola sexo...

Ah, já ia esquecendo. Vocês não foram casados ainda. Mulher tem mais frio que homem, certo? Então imagina só o clima que vai rolar com ela de moletom velho, meia grossa de lã, (se estiver em Curitiba de gorro) embaixo de 5 cobertas...se vacilar ela pede pra transar de blusa de moleton pra não esfriar...

Um Post direto do Agora

Momento: vôo de Santiago para Calama, indo para o Deserto do Atacama, estou lendo um livro recomendado pelo Masamune, o Poder do Agora, é meio auto-ajuda, mas é muito legal, vale a pena. 
Uma passagem do livro."O que eles estão buscando?" O chefe índigena disse. "Estão sempre buscando alguma coisa. O que eles estão procurando? Os brancos sempre querem alguma coisa. Estão sempre agitados e descontentes. Não sabemos o que desejam. Achamos que são loucos."
Aqui paro pra pensar o quanto vivemos na inércia, buscando algo que não sabemos o que é e apenas repetindo um modelo de comportamento que nos é imposto ou recomendado. É claro que saber exatamente o que você quer da vida não é fácil, na verdade acho que é bem foda, mas essa colocação simples do chefe indígena realmente me fez parar para pensar, principalmente nesse momento que estou vivendo.

Outra passagem que me chamou a atenção:
"Onde quer que você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz infeliz, há 3 opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente. Se você deseja ter responsabilidade sobre sua vida, deve escolher uma dessas opções e deve faze-lo agora. Depois, arque com as consequências. Sem desculpas. Sem negatividade. Sem poluição física. Mantenha limpo seu espaço interior."

A parte que fala estar por inteiro é fudida, depois de ler isso comecei a reparar o quanto é foda estar 100% presente, e o quanto a gente realmente passa o tempo pensando no futuro ou no passado. Esses dias recebi uma ligação de um colega do trabalho e enquanto conversava com ele percebi que ele não prestava a atenção e a ligação foi apenas um chek-list, "porra, preciso dar uma ligada pro Clynton, ver como ele está", mas na verdade o cara não estava lá. Se vc reparar bem isso acontece muito, nas festas de aniversário onde aquele casal (não sei porque mas mulher é campeã nisso) resolve dar uma "passada para dar um abraço", e não estão lá presentes.

Bom, a segunda parte que fala das opções eu gosto muito do senso de urgência, aliás trocaria a palavra urgência por presente, o senso de presente.
Esse senso de presente e do faça isso agora também é muito forte, a única coisa que você realmente tem o mínimo controle é o presente, o agora.
Sobre as opções, gosto muito do aceite-a totalmente, não por ser submisso a algo, mas pelo simples fato de que há coisas que não podemos fugir nem mudar.

Bom, pra quem não leu vale a pena.














segunda-feira, 18 de maio de 2009

Acidentes fortuitos e síntese

Era uma vez um diretor. No começo de sua carreira, foi selecionado para fazer um filme por ter duas características: Uma nacionalidade atraente e ser maleável. Diz a lenda que, em determinado momento da filmagem, foi ao banheiro e, de dentro de uma das cabines, ouviu dois técnicos comentando sua incompetência. Envergonhado, esperou que os dois saíssem antes de voltar ao set. O ator principal era chamado, em suas costas, de "aquele anão".

O diretor era o Coppola, "aquele anão" era o Al Pacino, e o filme era o Poderoso Chefão.

Gosto dessas histórias de gente que não tinha uma puta idéia do que estava fazendo, e produz uma obra de arte. Me dá esperança de um dia fazer alguma coisa que alguém vai dizer que é incrível (só se for sem querer mesmo, hahhahaha).

Aqui vai uma outra.

Em 1986, um outro diretor, também pouco expressivo, resolveu fazer um filme de guerra. Seguiu o processo normal, juntou uns atores, escolheu uma locação, filmou, editou, pôs uns efeitos especiais, uma trilha sonora. O orçamento de 6 milhões de dólares não permitia grandes luxos, então escreveu ele mesmo o roteiro, pegou um lugar no meio do nada, juntou um monte de principiantes - ele mesmo, os atores, o diretor de fotografia, o cara da trilha sonora...

Os atores que o menino chamou são o Tom Berenguer, Willem Dafoe, Charlie Sheen, Johnnie Depp, Forest Whitaker. O diretor de fotografia, Robert Richardson, hoje acompanha o Tarantino e fez Kill Bill, por exemplo. O diretor de música fez um monte de coisas, mas nesse filme ele acertou a mão mesmo. E o diretor é o Oliver Stone. O filme rendeu 140 milhões de dólares só nos Estados Unidos.

Me pergunto se as pessoas que participaram da produção do Platoon sabiam que estavam fazendo este puta filme.

Foda mesmo é que este filme tem uma das trilhas sonoras mais foda que já ouvi. E uma fotografia incrível. E personagens críveis, que representam ideais, o sistema, as pessoas perdidas no meio disso tudo, aqueles que tomam partido, aqueles que se recusam a tomar partido.

Não tem uma vez que eu vejo esse filme, e não choro em dois momentos. O primeiro é quando o Elias é deixado para trás pelo helicóptero, e a sensação que se tem é de que acabou, de que o mundo é uma merda e pouco a pouco, as coisas que tem um mínimo de brilho e bondade vão sendo apagadas dele.

E a segunda cena é quase uma resposta a primeira. Depois que o personagem principal vê soldados estuprando mulheres, brutalizando deficientes, seus amigos morrendo, sendo assassinados, e tudo o mais, Charlie Sheen está indo embora do Vietnam dizendo "A guerra acabou para mim agora. Nós, os sobreviventes, temos a obrigação de reconstruir, de ensinar o que aprendemos e tentar, com o que restou de nós, encontrar a bondade e sentido na vida."

Vai ser bom em sintetizar assim na puta que pariu.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Se me complico

Os argentinos tem uma expressão muito interessante que é o "Se me complico". Essa expressão funciona como uma desculpa vaga, e dispensa maiores perguntas exploratórias - ele não vai responder, só vai repetir "se me complico, se me complico!" ficando cada vez mais bravo. O usuário da expressão também está isento de qualquer consequência de seus atos. Se ele alega "Se me complico", então não precisa devolver o dinheiro, contratar mais gente para acelerar a obra, ou qualquer coisa do gênero.


Eu pensava que isso era coisa daquela gente argentina. Mas, pensando com um pouco menos de preconceito - ainda não conheci argentinos suficiente para dizer que o que penso deles seja um pós-conceito - cheguei a conclusão de que não é. Eles são é mais avançados que nós.


Um pouco de matemática:

Quando eu era criança, aprendi que o conjunto dos números inteiros eram os números naturais, os números opostos aos naturais, e o zero. Já os números naturais são aqueles, o um, dois, três, etc.


Esse conceito, aplicado na vida real é assim: o conjunto Dinamarca contém empresas que funcionam e que não funcionam. O subconjunto das empresas que funcionam detém uma parte maior do lucro total to que o subconjunto das empresas que não funcionam.



Vamos agora aplicar a mesma regra ao Brasil. O Brasil é o conjunto das empresas que funcionam mal ou não funcionam. Seguindo a mesma lógica, podemos inferir duas coisas:


1. Existe muita gente insatisfeita com o trabalho por elas prestado, mas acaba escolhendo uma e ficando com ela. O que quer dizer que o subconjunto Incompetentes é maior do que deveria ser.

2. Existe gente que fica tão irritada com o nível das empresas que prefere não comprar o produto ou serviço. O que quer dizer que existe um subconjunto "potencial" chamado Insatisfeitos.


Vocês que me conhecem já me ouviram falar que a gente tem nível para fazer qualquer coisa melhor do que a média do mercado. E não estou sendo arrogante, estou sendo realista.

Fiquei então pensando, por que eu nãi fiz isso até agora então?


Andei lendo umas coisas sobre empreendedorismo. Dizem que o brasileiro é dos povos menos empreendedores. Somos mesmo. Apesar de sabermos conviver com o risco (afinal, tivemos inflações de 1000%, Plano Collor, mercados de trabalho instáveis, e várias outras situações onde as coisas mudavam de um dia para o outro), nós o evitamos a qualquer custo. Mesmo achando que posso fazer as coisas melhor que os outros, nós faço.

E aí vem o segundo nível de "por que?" Porque acredito que fazer bem feito não é fator crítico de sucesso. É tão difícil - não a operação de um negócio, mas sua gestão - que assusta. As exigências são imensas e espalhadas por todo lado. O sistema é corrupto, o que exige uma quantidade de bolas gigante, ou um investimento altíssimo para atendê-las. Seu maior cliente exige 120 dias para te pagar, conforme acabei de ler. Seu maior cliente exige custos tão baixos que atendê-lo se torna pouco atraente.

Empreender no Brasil é coisa de herói. Por isso, fui deixando para quando estiver "mais preparado".

E este é o meu jeito singelo de contribuir para um país pior.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Um chamado

Como vocês sabem, temos um membro do rebanho que está em um momento difícil de sua vida.

A esse desgarrado foi oferecida a chance da iluminação. Ele é o mais ausente de nossa blogosfera. Nao tem acesso pleno ainda ao universo virtual onde tudo é possível ( essa semana o Enxaqueca também tá sem, aliás, de onde ele postou??)

Juntem-se a mim em um novo convite a esse membro de nosso rebanho que agora tem a chance de descobrir que navegar em blogs e fazere novos posts tem mais utilidade que uma reunião de vendas ou um Team Building.

- Que ele trilhe conosco o caminho de trabalhar menos e somente pra si próprio
- Que ele desenvolva o cinismo necessário para sobreviver ao mundo corporativo, de preferência fora dele
- Que ele exercite seus talentos escrevendo novos e revolucionários posts.
- Que ele descubra o maravilhoso mundo X-Rated da Internet.
- Que ele escute menos Coldplay e mantenha sob controle suas idéias suicidas.

No entanto, peço que deixem seus convites apenas aqui, vamos ver quanto tempo leva para que ele acesse nossa mesa de bar virtual...

de Jekyll a Hyde

Quarta-feira, 6 de maio de 2009.

Minha internet no escritório parou de funcionar. É EMBRATEL - FUJAM!

(* Doravante a Embratel será chamada de aquela merda, para fins elucidativos)

Liguei e educadamente solicitei reparos. Foi combinado que a área técnica entraria em contato. Entrou. Agendou. O técnico veio e não resolveu. Aliás, não resolveu e quebrou o telefone que antes funcionava. Liguei. Remarquei. O técnico não veio. Liquei denovo. Remarquei denovo. O técnico não veio de novo. Xinguei todo mundo. Liguei no Procon, na Folha, na Anatel, (não há Ouvidoria naquela merda).

Acho que estou ficando mais consciente de mim mesmo, e fui notando as mudanças. Tenho todas as gravações de minhas ligações para aquela merda, e são um estudo fantástico de como o sistema nos transforma.

Aos poucos fui me transformando no Mr. Hyde. Deixei de ser o médico para virar o monstro. Comecei educado, pedindo ajuda. Passei em seguida para meus direitos para consumidor. Daí para a torcida de que o câncer que os funcionários do Call Center daquela merda têm no cérebro caminhasse para suas bolas. Finalmente liguei xingando quem atendesse.

Mas esse foi só o impacto que o problema teve no meu ânimo. Teve um impacto ético também. Em determinado momento, peguei o telefone disposto a oferecer ao técnico um dinheiro por fora para que ele resolvesse o problema. Vejam - eu pagaria o técnico daquela merda por fora para resolver um problema que já pago para aquela merda para não ter, e que aquela merda mesmo criou. Felizmente caí em mim e não fiz isso.

Claro que também rolou o impacto de produtividade. Em vez de produzir, falar com cliente, correr atrás de oportunidades, perdi uma semana inteira tentando resolver o problema com aquela merda , e ainda não resolvi. E precisa mais disciplina do que eu tenho para não ficar pensando nisso o tempo inteiro.

Enfim. Eu queria ser um monge tibetano e me preocupar só em me manter careca.