quinta-feira, 29 de abril de 2010

Quer reclamar? Mostra a cara e solta a voz...

Se você assistir noticiário da TV vai ver direto aquele recurso em que o rosto da pessoa é escondido e a voz é distorcida. Em alguns casos fazem isso pra proteger alguém ameaçado de morte ou outra violência assim.

Vi esses dias no JN uma matéria sobre a falta de um remédio que faz parte do coquetel anti-aids. As pessoas reclamavam dessa falta, e que a troca por um similar causava efeitos colaterais. Quase no final aparece alguém dando depoimento de que está sofrendo com isso, não mostra o rosto e a voz está distorcida. O video está aqui, o depoimento é mais pro final.

Acho um saco isso. Em alguns casos faz sentido, quando existe uma ameaça real à pessoa, mas em muitos me parece que é uma maneira fácil de usar um espaço em rede nacional pra reclamar, algumas vezes de forma leviana. A mensagem que fica é de que há um problema, e se depois isso não for verdade, fica tudo por isso mesmo.

Pois a reclamação muitas vezes é uma acusação a alguém, ou ao poder público, ou a uma empresa. E se a pessoa vai acusar, tem que estar disposto a se expor. Pois se deve existir o lado da proteção a quem acusa também cabe a proteção ao acusado, que muitas vezes tem sua reputação agredida e fica por isso mesmo. Denúncias anônimas tem que ser exceção, não a regra.

Nesse caso do vídeo, qual o problema da pessoa se identificar? Afinal, eu estou pagando pra ela ter acesso a esses medicamentos com meus impostos. Até a voz tem que ser disfarçada?

Meu ponto é que esse medo exacerbado de se expor faz com que cada um de nós se retraia cada vez mais. Como era a frase do Enxaqueca? " A cada passo dado pra trás tenha certeza que alguém está dando um passo a frente."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Será que tô viajando??

Como vocês sabem fui casado por 6 anos. Casamos com ela estava grávida e tivemos outra filha 3 anos depois. Nesses 6 anos minha ex-mulher não trabalhou, ficava em casa cuidando das crianças, o que acho ótimo pois acredito que crianças pequenas precisam da presença de um dos pais. Foi uma sorte portanto ela poder fazer isso.

E nesse período, todos os dias, grávida ou não, ela tirava um cochilo de tarde após o almoço. Coisa de profissional, com direito a edredon e cortinas fechadas no quarto. Com as meninas dormindo ou na escola, ela se entregava aos braços de morfeu por 1 a 2 horas todos os dias.

Uma mulher grávida ou amamentando fica muito cansada, é um trabalho puxado, qualquer chance que ela tiver ela vai dormir mesmo. Mas mesmo depois das meninas crescerem um pouco ela continuava com sua sonequinha. Pra quem olha de fora, e sempre trabalhou pesado o dia todo, isso parece uma puta folga.

O nosso ritmo muitas vezes é pesado. Trabalho, balada, vida social e outros. Quem tem tempo pra dormir 8 horas todo dia? Que dirá tirar um cochilo de tarde...

Mas estou aprendendo como é importante cuidar de si mesmo, e essa sonequinha da tarde não é nada mais que isso. Tirei um final de semana que as meninas estava comigo pra dormir cedo. Colocava elas na cama 9:30, tomava meu banho e ia pra cama ler. Dormi por volta de 23hs toda noite. Posso dizer que fez diferença no meu bem estar.

Pegar mais leve, ir mais light com a vida. Fazer exercício, comer melhor, dormir. Tudo isso ajuda a viver mais e melhor. Temos muitos exemplos ao nosso lado pra não querer enxergar isso.

Fico pensando, sei que pode ser viagem, mas sabe-se que a expectativa de vida das mulheres é maior que a dos homens. Será que isso é biológico?

Ou homens historicamente trabalham mais, se expões mais a riscos, se estressam mais - ou seja, desgastam mais seu corpo, que pára de funcionar mais cedo?

Com a igualdade dos sexos, talvez a nossa geraçao descubra isso. Mas o que importa na prática é começar a viver melhor agora.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Casamento sem sexo

Eu estou tendo outra oportunidade de tocar um negócio. Na real, na real, eu não sou sócio, nao tenho participação acionária, o mais correto seria dizer que sou um executivo, mas me sinto como dono.
Somos quatro pessoas tomando as decisões pela empresa (os donos, eu e um outro amigo) e eu tenho muito carinho pelos donos, o que faz com que eu sempre pense no melhor pra empresa.

Mas enfim, o ponto aqui é outro. Sociedade é um treco muito foda. Conheço inumeras histórias de negocios bem sucedidos que fracassaram por desavenças entre os sócios. Eu mesmo já quebrei uma vez por causa de incompatibilidade de objetivos.

Tenho aprendido com minha experiência que diversos conceitos envolvendo negócio próprio e sociedade são , na verdade, mitos. Vou relatar alguns aqui. Se ajudar alguém a se iludir menos, fico feliz.

1 - Ter sócios significa relevar MUITA coisa.

Se você é daqueles que reclama do chefe ou do funcionário e acha que abrindo o seu próprio negócio vai poder, finalmente, tomar as decisões do jeito que quer, esqueça, caso queria ter um sócio. Os objetivos fatalmente vão se opor e aí não adianta querer que sempre o outro abra mão.

2 - Bons amigos não significam bons sócios

Isso é muito comum. Você se dá com fulano e abre um negócio. Só que descobre que na hora do batente, você é de Marte e o cara é de Vênus. Até pode dar certo, mas vai ser um pouquinho mais trabalhoso.

3 - Alguns valores são inegociáveis.

Apesar do item 1 e 2, existem certos aspectos que não se pode abrir mão. Cada um tem o seu. Pra mim é a honestidade. Eu discordo de várias opiniões dos meus sócios atuais mas tenho profunda confiança no carátes deles. Sem isso, eu não conseguiria trabalhar.

4 - Ter sócio nem sempre é ruim.

Eu adoro ter com quem dividir as decisões. Gosto muito de não ter o peso de ser a palavra final em tudo. Tenho até exercitado a capacidade de ouvir. Apesar dos pesares, eu prefiro não estar sozinho.

5 - O objetivo do relacionamento, muitas vezes, será diferente dos objetivos pessoais.

Quanto mais claro estiver para as partes o que todos querem, mais facil será o relacionamento.


Qualquer relacionamento humano é trabalhoso. Ainda mais quando o objetivo envolve grana. Há que se ter muita paciência, serenidade e senso de trabalho em conjunto. Se não, é melhor ficar no seu emprego mesmo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ganhar bem todo mundo quer...

O efeito nefasto do crescimento econômico é um bando de vagabundo que pensa que é grande merda...

Todo mundo agora quer ganhar bem. Olham pra você e pensam: Eu também quero !!! E foda-se o resultado, querem a grana no bolso deles.

Seus funcionários querem ganhar mais, mas pergunta se fazem o que precisa fazer sem alguém cobrando e ensinando...

A agência cobra uma puta grana pelo projeto, mais o fee, fora que depois sempre estoura o orçamento inicial. E se você não acompanhar de perto pode ter certeza que vai dar merda.

Eu não sei mais o que fazer. Sinceramente, não sou bom em fazer follow-up. É um saco ter que ficar cobrando todo o tempo o que neguinho já devia estar fazendo. Meu vendedor passou pela loja mas esqueceu de olhar o estoque...quem faz o financeiro me manda um fluxo de caixa pra em seguida dizer que está errado...a do marketing parece que tá em outro planeta...

E demite esses pra pegar outros...vai vir um bando de imbecil, que trabalhou não sei onde, querendo ganhar de 3 mil pra cima. Pra mim 3 mil é pouco, mas é o que dá pra pagar pra gente que faz somente o básico. Gente que não resolve seus problemas sozinho, não cria soluções, busca formas melhores e mais baratas pra fazer o trabalho. Fora que o cara deveria gerar mais de 3 mil pra poder ganhar os 3 mil, certo?

Que dizer então de multinacionais e seus inúmeros regional VPs motherfuckers? Neguinho ganhando uma bala e não gerando nada. Confesso que não entendo. Sou muito nó cego pra sacar onde está a mágica.

Ou vai que a culpa é minha que não estou dando "coaching" pras pessoas...

Mestre de obras !!! Me salva !!! Diz que pedreiro é mais fácil ! Que ou sabe levantar a parede ou não !!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Conhecimento trava

Durante uma conversa com meu sogro nesse final de semana falamos sobre o quanto a falta de conhecimento algumas vezes ajuda, ele contou sobre um episódio em que uma decisão foi tomada sem ter conhecimento de todas as informações, se ele soubesse de tudo não teria tomado a mesma decisão, mas no final deu tudo certo justamente por não saber algumas coisas.

O propósito desse POST não é defender aquela idéia de que quem é ignorante é feliz, estou falando mais sobre ter conhecimento em negócios, etc...

Nós desse grupo costumamos pensar bastante, questionamos bastante e aí fica minha dúvida, será que as vezes a falta de informação não te coloca em situações melhores do que ter todas as informações?

Vou tentar exemplificar, em um dos nossos inúmeros business plan (abertura de uma loja de roupas) o Masamune me perguntou: “Mas e aí, qual vai ser o diferencial da loja? Por que as pessoas vão comprar aqui e não na loja do lado já que tem loja pra caralho aqui?”

Porra, fudeu, travou, realmente não tinha nenhum diferencial, e continuo tentando achar esse diferencial. Será que alguém que não perguntou isso ou não foi atrás dessa informação teria sido melhor sucedido? A loja estaria aberta e o diferencial criado depois?

O que vocês acham disso?

A impunidade....de novo.

Sei que é chato, mas estou seguro de que é mais efetivo repetir 288 vezes a mesma coisa do que buscar novos problemas.

Continuo achando que a Impunidade é um dos maiores males que enfrentamos no dia a dia. É preciso ficar atento todo o tempo pra isso. Ontem de manhã vi no Bom dia Brasil uma reportagem sobre golpistas que transferem pontos para carteiras de motoristas falsificando a assinatura. Sempre que você recebe uma multa vem na parte de baixo esse termo, para ser preenchido com os dados do condutor caso não tenha sido o proprietário que levou a multa.

O que me deixa irado é que a solução vai para o lado de tornar mais difícil o processo de apontar o condutor. O legislador, que é parte da sociedade, vai acabar obrigando a que o documento tenha firma reconhecida, cópia autenticada disto e daquilo, etc. O ônus fica com quem é honesto.

No entanto, na própria reportagem já está a solução, pois falsificar assinatura é crime punível com 6 anos de cana. Pra que criar algo novo então?

Logo em seguida veio outra reportagem, com catadoras de lixo. Mostra uma mulher ( mulher ou menina?) de 21 anos com 3 filhos e grávida. Ela leva seus filhos em uma carroça puxada por um jegue para o lixão onde pegam comida, roupas e utensílios. O tom da reportagem é de vitimismo, começa pelas crianças mas não identifica os algozes, que nesse caso são os próprios pais...

A linguagem é poética, as imagens bem montadas. A entrevista no entanto é pobre, coloca essas mães somente como vítimas. Uma delas é retratada como "mãe dedicada de 2 filhas", porém está sem emprego, que mamãe exemplar não?

O fechamento da reportagem foca no trabalho infantil ( como se revirar o lixo fosse ok para adultos) Fala-se da falta de estatísticas oficiais, como se estatísticas fossem mudar alguma coisa...

O que me choca mesmo é ver que as mães são consideradas Somente Vítimas, afinal também foram catadoras, não tiveram escolha... Não tenho dúvida de que tiveram uma infância desgraçada, mas não muda o fato de elas serem responsáveis pelos seus filhos e por suas escolhas quando adultas. Quando será interrompido o ciclo e por quem?

Dois casos totalmente distintos onde enxergo o mesmo problema: => não atribuir às pessoas sua responsabilidade. Faço 2 perguntas:

- No primeiro caso, se o golpista fosse preso, quantos não deixariam de tentar aplicar o golpe com medo da cadeia?
- No outro, se os filhos fossem tirados das mães? Afinal não vivem em condições adequadas. Se ela fosse pra cadeia pelo que faz com os próprios filhos? Seria exagero? Lembre-se que elas mesmas declaram que " a vida é assim mesmo", ou seja, não acredito que estejam tentando sair dali.

Até quando vai ficar levando porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Preguiçoso inteligente

Há um tempo atrás o Rivotril me contou sobre algo que viu numa palestra.

As pessoas se dividiriam em 4 tipos, conforme 2 dimensões - preguiçoso/ativo e inteligente/burro. Eu não vi a palestra, mas acho que é mais ou menos assim...



Dentro de uma empresa, esses 4 tipos se distribuem da seguinte maneira:

- Preguiçoso Inteligente - São os estrategistas da empresa. Buscam fazer o que é necessário com o menor trabalho possível, como consequencia melhoram a eficiência e eficácia da organização.
- Preguiçoso Burro - São os cavalos da empresa. É quem trabalha dia após dia, parcialmente consciente de suas limitações intelectuais e totalmente consciente de que não quer se esforçar o suficiente pra ser promovido, portanto seguem as ordens sem questionar muito.
- Ativo Inteligente - Esses são os líderes. Tem que estar sempre em movimento, são bons gerentes e diretores de áreas operacionais. Sabem como implementar o que os estrategistas definiram.
- Ativo Burro - Aqui mora o perigo. São pessoas com necessidade de ação, mas limitados intelectualmente, portanto costumam fazer cagada atrás de cagada. Pelo que me lembro, o Rivotril falou que esses tem que ser identificados e demitidos o quanto antes.

Desde que ele me contou sobre isso, fico pensando se sou Ativo ou Preguiçoso - burro sei que não sou....

No final acho que sou Ativo para coisas intelectuais e para as coisas que gosto de fazer - em geral não é trabalhar....

Consigo passar boa parte do dia somente lendo, ou discutindo e criando idéias. Tenho o costume de revisar procedimentos para tentar melhorá-los, mas confesso que muitas vezes exagero nisso. E volta e meia não tenho a rapidez para agir em certas situações, especialmente as mais espinhosas que demandam confronto com outras pessoas.

Fico com Preguiçoso Inteligente portanto. E vocês? Onde se encaixam?