O limite entre a incompetência e a má-fé

Difícil mesmo é descobrir qual o limite entre a incompetência e a má-fé.

Meu pai está internado. Esperando para fazer uma cirurgia para desentupir duas de suas artérias de toda a picanha que ele comeu na vida (Ou de todo o exercício que não fez, ou de todas as plantas que não comeu, enfim...). Terça-feira passada ele fez um exame chamado de cateterismo, que serve para ver se tem artérias entupidas, e quanto. Uma delas está 95% a outra está 60%. Não é pouco.

Está na Beneficência Portuguesa, hospital onde trabalham minha irmã como neuro e meu cunhado, como cardio. Aguardando um parecer da UNIMED que libere esta cirurgia.

Segundo meu cunhado, a UNIMED tem 72 horas úteis para dar um parecer se autoriza ou não a cirurgia.

Quarta.

Quinta.

Sexta.

Segundo a pessoa que trata com os planos de saúde, a UNIMED sempre acaba enviando os seus pareceres no dia próximo às 10 da noite. Só que seriam 10 da noite de sexta-feira. E o pessoal administrativo não trabalha de sábado e domingo.

Sábado.

Domingo.

Hoje pela manhã, a UNIMED se manifestou, dizendo que faltou um papel, e o prazo só correrá a partir do recebimento de dito papel. O pessoal do hospital nega, diz que tudo o que é pedido já foi na própria terça feira. Como quem está cuidando do caso é meu cunhado, junto com minha irmã, aposto neles.

Na melhor das hipóteses, a UNIMED está sendo incompetente, e vai pagar uma infinidade de dias de internação, com dois médicos próximos ao paciente, que querem garantir que eles está bem e estão aproveitando para fazer todos os exames já inventados nele.

Na pior das hipóteses, a UNIMED faz isso esperando que o paciente morra, e não tenha que pagar uma cirurgia que custa por baixo R$30 mil.

Difícil mesmo é descobrir qual o limite entre a incompetência e a má-fé.