segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Filantropia remunerada

Semana passada fui almoçar com o Masamune e entramos, como sempre, numa discussão filosófica. Voltava ao post do dia 18/8 (Não to afim de trabalhar), em que discuti com o Homem Oco sobre profissão, significados, altruísmo, e tal.



Foi bem interessante a discussão de que nós, que somos inteligentes e capazes (premissa, pode estar incorreta...), deveríamos fazer mais pelos outros.



O primeiro ponto: já não fazemos? Através de impostos, doamos 50% da nossa renda para que sejam feitas coisas para os outros. Não usamos saúde pública. Não usamos educação pública. Segurança pública é questionável. E assim por diante.



De fato, poderíamos fazer mais, e aí a discussão interessante foi: Existem duas formas de fazer isso, uma que poderia começar agora, e uma que exige mais planejamento e investimento.



A primeira, que começaria agora é: de tudo que eu faturar, x% vai para uma instituição. Eu particularmente não acredito nessa, porque a sua contribuição vira rapidamente uma linha de custo, e no mês que apertar, a casa cai pras criancinhas com câncer... Mais ainda, tenho dúvidas sobre o funcionamento disso.



Vamos dizer assim: eu preciso de R$4.000 pra viver, por exemplo. Mas minha empresa me dá além desses, mais R$3.000 de lucro todo mês. Tem que ter muita disciplina para saber que sua renda é de R$4.000 e não de R$7.000, para no mês em que não for tão bem, vc não roubar as criancinhas com câncer. E daí pra frente, fez uma vez, um abraço.



Eu sinceramente não sei se tenho.



O segundo modelo eu acho que rola. Forte. O seu business é de alguma forma ajudar quem precisa. Educação profissionalizante de faxineira. Headhunter de pessoas com necessidades especiais. Não importa. Porque aí, quanto mais você fatura, mais gente ajuda. Lucro ligado ao bem estar social. Aí sim.



Tem um terceiro jeito, que é simplesmente acreditar que o que você faz já contribui com a sociedade, seja vender bebida, desenvolver produto de cosmético ou ajudar corporações a ganhar mais dinheiro. Para alguns isso basta, para outros é só tampar o sol com a peneira.



Eu gosto do segundo modelo. Vale pesquisar uns exemplos e ver se tem alguma coisa factível

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