sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pensamento Lógico II

Vamos lá...

O que eu quis dizer no post anterior foi da importância do pensamento lógico como base para tomada de decisão.

Aristóteles é considerado um dos pais da Lógica. Ele é discípulo de Platão que por sua vez se diz discípulo de Sócrates. Boa parte da obra de Platão está na forma de diálogos, com Sócrates conversando com alguém sobre determinado tema. Acompanhar um desses diálogos é um exercício torturante de lógica. Pois o argumento vai se construindo aos poucos, e quando se chega na conclusão, só é possível acreditar nela tendo seguido todos os passos...tenho um livro dele, bem difícil de ler, mas muito interessante.

É da estrutura que falo. Essa capacidade de seguir um raciocínio lógico precisa ser aprendida e praticada. Quando nascemos, nosso software não tem isso. Podemos aprender por tentativa e erro, essa é a famosa "escola da vida", mas esse é o aprendizado mais caro que existe. Tanto para o indivíduo como para a sociedade.

A estrutura lógica que é usada para a filosofia é similar à da matemática, mas o fato é que tentar ensinar filosofia para crianças seria uma loucura. Já a matemática e depois a física tem relação direta com o mundo concreto à volta da criança, o que permite que ela pratique o conhecimento adquirido e incorpore isso em seu pensamento.

Portanto não é necessário que toda criança se aprofunde na matemática ou física, mas ela vai se beneficiar do raciocínio lógico quando estiver estudando geografia ou história. Tem um exemplo que aconteceu comigo.

Quando estudante com 12 ou 13 anos, aprendi sobre a política do Café com Leite. Seria a aliança de Minas ( produtor de leite) e São Paulo (produtor de café). Decorei isso para a prova e passei. Sem problemas. Já adulto, fui ler o livro Chatô, uma bíblia que é um tremendo tratado de história do Brasil do século passado, onde aprendi o porque da aliança. G tinha muito dinheiro para emprestar, oriundo da mineração, e a nascente indústria de SP precisava de investimento. para crescer Ou seja, o motivo da aliança não foi podermos tomar uma "média" na padoca, e sim uma troca onde ambos tinham interesse.

Não seria espetacular ter aprendido dessa maneira aos 13 anos?

Emoção x Razão

É comum se achar que a emoção é oposta à razão. Porém o oposto de racional é irracional... Enquanto que emoção não tem exatamente um oposto, pois seria a ausência de emoção.

Provavelmente se pesquisar um pouco, muita gente mais capaz que eu escreveu sobre isso, mas vou arriscar...

Quando uma pessoa toma uma decisão emocional, ela está agindo baseada em uma sensação, seguindo um impulso. Isso em geral dá merda, seja no trabalho, vida pessoal ou qualquer outro aspecto. Só que o prazer de satisfazer um impulso é muito gratificante, o que faz com que muitas pessoas sigam agindo assim. Crianças são assim, não compreendem as consequencias de seus atos, e tem que ser ensinadas.

Adultos racionais trocam o prazer momentâneo de satisfazer determinados desejos pelo prazer mais duradouro de atingir objetivos. Eu por exemplo teria vontade de encher a cara toda noite. A experiência da ressaca e o pensamento racional é que faz com que eu vá pra casa, pois quero ter um corpo mais saudável ( também ajuda que o Vaca Veia fecha 1 e meia...).

Já escutei me dizerem que sou "muito racional". Eu levo em conta aspectos emocionais das pessoas com quem trabalho quando tomo decisões. Se tenho que discutir uma questão (comer o rabo de alguém), não vou fazer isso no dia que essa pessoa recebeu a notícia de que um familiar está gravemente doente. Não faço isso por compaixão, e sim por saber racionalmente que meu objetivo não será alcançado nesse dia. Não ignoro que as emoções contam muito, mas não deixo que elas comandem meus atos.

Você não é responsável pelo que sente, mas é sim responsável pelas consequencias de seus atos.

Por exemplo, quando estou muito puto, evito ligar para um cliente, especialmente se tiver que negociar, pois sei que a conversa será influenciada por essa emoção e que o resultado não será o melhor. Inclusive, eu preservo mais o bem estar emocional de ambas as partes agindo assim, em comparação com pessoas "emotivas" que numa explosão ligam e soltam os cachorros em cima de alguém, pra depois ter que se desculpar.

Isso tem a ver também com o que se busca na vida. Eu descobri que quero paz e tranquilidade, não vejo mais graça nas enormes oscilações. Não gosto de estar muuuuuito feliz em um dia pra ficar muuuuito infeliz em outro...prefiro algo mais estável, e tenho conseguido oscilar entre o neutro e o feliz, com ocasionais momentos ruins. Tem gente que prefere os extremos, um bom exemplo é um filme chamado Mr. Jones.

A cena em cima do telhado é muito massa, eu mesmo já fiz coisas parecidas, acredite se quiser...talvez minha racionalidade acurada seja uma tentativa de controlar esses rompantes de loucura...porra, acho que vou ter que voltar pra terapia...

Sei que viajei um pouco, saindo do tema, mas hoje é sexta-feira...e o que eu to fazendo aqui??? Vamos beber!!!!

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