domingo, 19 de julho de 2009

Sobre o bom senso

Vou falar um pouco sobre o que penso sobre bom senso.

Em primeiro lugar, o que seria bom senso? Seria a capacidade de tomar uma boa decisão? Se for isso, pra poder avaliar se o que eu decido é bom ou ruim, tenho que conhecer e entender as possíveis consequencias dos meus atos. Só conheço 3 maneiras de saber isso:

- Aprender com alguém - ou seja, com a experiência dos outros.
- Aprender com meus erros e acertos - ou seja com a minha experiência.
- Nascer sabendo - vamos combinar que essa não rola...

Ou seja, pra uma pessoa tomar boas decisões, ela tem que aprender errando ou aprender estudando. Ler não é um hábito da maior parte das pessoas com quem convivo, e considerando a popularidade de programas como novela e Big Brother, esse hábito também não está presente na população em geral. Então a maior parte aprende na raça mesmo.

Quando isso afeta somente a própria pessoa, tudo bem. Mas quando afeta outros, que é o caso de pais que são negligentes com os filhos ou motoristas bêbados que causam acidentes, aí acho que a lei deve estar acima de todos. E infelizmente, quando se faz bobagem, deve-se pagar o preço.

Na verdade acho esse assunto cansativo às vezes. O Brasil é um país demasiado jovem e de pouca cultura. Nosso presidente confia somente na tradição oral, o que também é verdade pra boa parte da população. Falar em bom senso nessa situação é complicado.

Quer um exemplo de que não é o caso de "brecha legal"? O Sarney MENTIU na tribuna ao dizer que não tinha responsabilidade administrativa sobre sua fundação e o que ocorria nela. MENTIR é quebra de decoro parlamentar, está na lei. Provoca perda de mandato. Então o problema não é de brecha na lei. É sim o descumprimento descarado da lei. Seus colegas optam por IGNORAR a lei.

E acho que é isso que dá quando você começa a relativizar a aplicação das leis misturando por exemplo bom senso com decisão de juizes. Acaba dando espaço para afirmações como a do Lula, de que o Sarney está acima das outras pessoas. Pois na verdade ele está certo do ponto de vista deles. Com o bom senso deles, dado pela experiência deles, que estão lá, se esbaldando com a nossa grana, tem que inocentar o cara, afinal todo mundo faz. E o juiz que vai ver o caso, usando de seu bom senso, vai deixar passar. Ou não??

Um comentário:

Rivotril disse...

Acho que o bom senso nada mais é a utilização da moral para tomar uma decisão, vou copiar um trecho de um livro que explica muito bem as decisões do Sarney. Sobre moral "Como fazer um mundo coerente entre humanos, sem recorrer a natureza ou a divindade? Exclusivamente na vontade dos homens, desde que eles aceitem se restringir a si mesmos, estabelecer seus limites, compreendendo que a liberdade de cada um deve, às vezes, terminar onde começa a do outro. É apenas dessa limitação voluntária de nossos infinitos desejos de expansão e conquista que pode nascer uma relação pacífica e respeitosa entre os homens". É isso, a galerinha de lá não controla os instintos, não existe moral e as leis que são baseadas na moral não são aplicadas e o que me resta é manter a minha moral inabalada e conviver com o maior número de pessoas que fazem o mesmo.