terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sucesso

Depois de ler o Post do OCO e também a matéria da Super Interessante resolvi escrever sobre o sucesso e dividir com vocês minhas dúvidas.

Um amigo é dono de um Hortifruti, o pai é descendente de Japonês e começou com uma quitanda, o velho acordava as 3h da matina e ia de caminhão para o Ceasa todos os dias voltava pro interior e vendia as frutas, e assim foi ao longo dos anos, hoje eles têm 3 lojas e são referência no ramo de atividade aqui na cidade. Semana passada, lá pelas 19h fui até lá e encontrei o pai dele, o japinha (o cara é baixinho) estava no depósito pegando algumas beringelas que estavam debaixo do caminhão (agora um puta caminhão), colocando num carrinho, o qual ele mal conseguia carregar e subindo uma rampa, 2 funcionários estavam na rua esperando uma carona e observavam o chefe fazer esse trabalho, eu acabei o ajudando já que ninguém fez nada. Enfim, depois dessa passagem fiquei pensando, "caralho, o velho já tem 3 lojas a empresa está estabilizada e ele tá aí pegando beringela do chão, será que não tem ninguém pra fazer isso". Pensei nisso e também (nesse caso específico) como os japoneses tem essa capacidade de trabalhar muito, na prática mesmo, durante horas sem reclamar, apenas fazendo. Esse aí já deve ter passado as 10 mil horas faz tempo.

Numa multinacional, principalmente nas áreas administrativas, o trabalho é muito intelectual, você monta planos, se relaciona com as pessoas, com fornecedores, etc.
Sua imagem e como você se relaciona é tão ou mais importante do que sua competência.
Ou seja a prática é uma coisa difícil de medir e refletindo sobre minha vida profissional eu percebo que sempre tive uma limitação mental para entender essa dinâmica e como o sistema funciona, para mim o melhor é medir as pessoas como fazem com os pianistas: ou eles conseguem executar uma música ou não. Mas nas multis isso se perde porque o "como" você faz é mais importante do que o "o que" você faz.

Cada vez mais percebo que a prática, braçal do dia-a-dia é um fator crucial para o sucesso, os americanos tem 2 expressões que resumem bem o que quero dizer:
No pain no gain e Get Things Done.

4 comentários:

Masamune disse...

Essa das 10 mil horas da SuperInteressante faz bastante sentido. A pratica realmente faz diferenca para o sucesso.

Quanto a nao entender a dinamica das multi, em parte estou nessa. Pois se trata de algo pouco tangivel, a parte politica do trabalho, que e o que faz toda a diferenca nesse ambiente.

Mas hoje entendo melhor como a coisa funciona, e em alguns momentos consigo jogar o jogo o suficiente para as coisas andarem.

O problema e a pergunta que nao quer calar... "E isso que quero fazer da minha vida??? E assim que quero gastar as 24hs inegociaveis que tenho por dia? "

Homem Oco disse...

só para levantar um outro ponto do seu texto (o aspecto das multi acho que o masamune já falou o que eu falaria): pq será que esse japonês só tem 03 lojas e o samuel klein tem 200? não quero entrar aqui em questões políticas ou éticas (que certamente devem ter existido) mas, a primeira vista, vejo que ele (o japonês) está equivocado em "pegar berinjela do chão." Se ele exerce esta função, quem exerce a dele (ser presidente?)..enfim, sei que não foi este o foco do texto mas é um assunto que eu venho pensando bastante...fazer é mais fácil do que fazer fazer...

valeu pelo comentário lá no blog!

abs

Cesar disse...

é verdade...talvez o japonês não tenha o mesmo "talento" (tino para negócios, capacidade de se relacionar, inteligência) que o Samuel Klein, por isso a diferença...na minha visão o ponto é: mesmo alguém sem essa inteligência, só com muita dedicação e esforço, consegue o sucesso suficiente de 3 lojas - pode não chegar a ser o Samuel Klein. O que me leva ao ponto de que o problema do brasileiro é trabalhar pouco...quanto ao japonês: bom, os caras construíram um país arrasado e chegaram a segunda (agora terceira) economia do mundo em 50 anos...e a gente há 200 reclamando da colonização dos portugueses!

Masamune disse...

Concordo bastante com o Oco, é bem mais fácil fazer do que conseguir que os outros façam. Uma das chaves do sucesso com certeza é essa.

Interessante o que o Cesar falou, mas não generalizaria que o brasileiro trabalha pouco, acho que trabalha mal e errado.

Na Europa 6 da tarde a caneta cai, no verão as 5hs todos vazam. O brasileiro das grandes cidades dedica um tempo desproporcional ao trabalho. Vou ver se faço um post pra me explicar melhor.

Boa discussão como sempre...