segunda-feira, 22 de junho de 2009

Carta ao Sarney

sarney@senador.gov.br

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Caro Senador,

Tudo o que a mídia reporta e o senhor não se digna a dar uma resposta, eu acredito. O senhor tem exposição e capacidade para se defender de forma ampla e irrestrita, o que não nos dá nenhuma outra opção além de acreditar que não tem argumentos. Assim, opto por demonstrar minha indignação com o que vem acontecendo no Senado, e com a posição que o senhor assume diante da situação.

Verbas indenizatórias incorporadas como parte do salário, passagens sendo vendidas e usadas para turismo, nepotismo generalizado, funcionários fantasmas, empresas contratadas sem licitação, contratos superfaturados – é isso que o Senado se tornou. É claro, não é de hoje. Mas tampouco é de hoje sua influência na instituição. É seu o papel de contribuir para a construção de uma instituição ética. E, no mínimo, é sua a obrigação de se portar de acordo com a sua biografia.

Neste sentido, a crise é sua, Senador. Quando a mídia questiona os dez parentes seus como funcionários do Senado, não está questionando a instituição. Questiona sim a sua postura de empregá-los. O senhor, como presidente do Senado, deveria atuar como um bastião de ética, um exemplo de probidade, ao invés de um representante do status quo. Era o seu neto quem estava alocado no gabinete de outro senador, e não dava expediente lá. Mais tarde, seu neto foi substituído pela própria mãe. Era na sua conta que caíam os R$3.800,00 todos os meses, sem que o senhor percebesse. Todas estas são responsabilidades suas, e não do Senado.

Respeite sua biografia, senador. Zele para que sua família possa dizer em voz alta seu sobrenome.

Diogo Broner
Cidadão.

Três - nenhum sou eu.

Estava vindo trabalhar hoje pela manhã quando ouvi no rádio um cidadão falando em nome do Contas Abertas, aquela ONG que controla os gastos do governo e tal.

Ele estava contando que aquele deputado, Alberto Fraga, que tinha a sua empregada doméstica alocada em seu gabinete e paga com dinheiro da Câmara se gabando de ter recebido, em virtude desta história, o volume contundente de TRÊS emails indignados com sua atitude.

O país tem 190 milhões de habitantes. Três pessoas se queixaram.

Evidente que eu não sou uma delas, então fiquei pensando no que fazer. Além de escrever, claro. Então estou resolvendo que vou escrever e postar aqui as mensagens enviadas e o email do filho da puta. Se vocês quiserem, vocês repassam. E avisem os amigos que aqui vai ter uma reclamação prontinha, só precisa dar Cut / Paste.

Se nós quatro mandarmos, já mais do que dobrou o volume de reclamações. Se for mais que isso ainda, tá ótimo.

Me cobrem. E aceito indicações.

terça-feira, 16 de junho de 2009

=(C7*(1+B15*((B8+B10*(1+B8))))/(((1-B12-B13)*(1-B15))))*B13

Não entendeu nada? Nem eu....

O que está no título é a fórmula de excel do cálculo do PIS nas operações de importação.

Em cada importação paga-se Imposto de Importação, IPI, PIS, COFINS e ICMS além de 8 taxas aduaneiras, despachante, sindicato de despachantes, fretes e seguros. Cada um com sua aliquota e base de cálculo diferente e esdrúxula.

Paga-se tudo à vista assim que a mercadoria chega ao Brasil. Depois disso leva uns 15 a 30 dias pra ter os produtos disponíveis para venda. Depois de vendido são uns 30 a 60 dias pra receber do cliente. Haja fluxo de caixa...

Eu realmente gostaria de acreditar que existe uma "inteligência maquiavélica" por trás disso tudo. Que tem alguém comandando essa burocracia toda. Que alguma terrível conspiração opera contra a produção e o crescimento dos negócios e da economia.

Mas acho que existem 2 fatores somente:

- Burrice pura e simples. Os imbecis que montam essas estruturas malucas não entendem nem imaginam os impactos que isso gera. E são apaixonados pelas suas burocracias inúteis.
- Má-vontade. A pessoa está mais preocupada com seu próprio umbigo, seu aumento salarial, o que vai comer no almoço ou como pode levar alguma vantagem. Qualquer coisa menos fazer bem o seu trabalho.

E o pior é que acho que isso é geral. Na iniciativa privada é a mesma coisa. A diferença é a competição, que faz com que as empresas evoluam. Em setores sem competitividade o cenário é muito similar ao setor público.

Fico imaginando o que seria o Brasil, com a força que mostra, sem essas amarras burocráticas, sem esses impostos malucos, com infra-estrutura funcionando - dá pra acreditar que não tem metrô para nenhum dos 2 aeroportos de SP??.

Mas isso tudo dá trabalho, e hoje tem jogo do Curintia depois da novela. Quem quer trabalhar afinal?

Mentiras

Há algum tempo atrás entrei em uma discussão sobre mentir para os filhos.

Uma amiga me contava que em alguns momentos achava que uma mentira para filhos pequenos poderia ser positiva. Eu não conseguia imaginar uma situação assim. Eu posso omitir alguma coisa de minhas filhas, mas mentir?

Profissionalmente mentimos mais? Ou na família? Para os amigos?

Outro dia um amigo me convidou pra uma cerveja. Eu tava em casa, era tarde, frio. Não tava no pique. Pensei em dar uma desculpa, haveriam várias. Mas o cara é meu amigo porra, que se dane....falei a verdade, que não ia rolar. Ponto. Acho que ele não se magoou...

Quando você convive um pouco mais com alguém, começa a sacar as mentiras. Ou vê a pessoa mentir para outros na sua frente e se isso acontece é quase certeza que a pessoa mente pra você também. No lado pessoal ou profissional, dá no mesmo. Mentira tem perna curta...

E mesmo assim, a galera segue dando desculpas e inventando estorinhas. Eu mesmo confesso que no meu trabalho muitas vezes faço isso. Na vida pessoal bem menos, quase nada mesmo. Isso tem um custo é claro, tenho poucos e bons amigos.

Realmente me incomoda muito a mentira alheia, eu mesmo tendo a ser demasiado sincero ( isso existe? Bem, já ouvi mais de uma vez esse feedback). Como estabelecer e manter uma relação baseada em mentiras?

Será que é porque as pessoas mentem até pra si mesmas? Gostam de se imaginar e se mostrar diferentes do que são?

Dizem que é difícil encarar a si mesmo. Pode ser, mas existe outra opção? Viver numa mentira é viver?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

É bom pra caralho ser o dono...

Tenho um irmão advogado, esses dias ficamos em casa batendo papo.

Ele acaba de fazer uma aliança com um escritório maior, pra ter melhor estrutura na área administrativa. E ficamos discutindo os desafios de crescer, pois agora que a despesa já cresceu, agora tem que correr atrás da receita, essa é a única opção.

As dificuldades são parecidas. Falta de pessoal qualificado, problemas para captar clientes, politicagem interna, e por aí vai. E não tem muita opção, nesse ramo, trabalhar em empresa só rola se você for um mega-looser...

Ele nunca questionou isso, sempre pensou em ter seu escritório com alguns sócios. Tentou o primeiro, não rolou, está no segundo e mudando. E no meio do papo ele soltou a frase:

- É bom pra caralho ser dono...

Eu na hora me toquei que isso é o que me motiva também. Não dar satisfação besta pra vagabundo. Eu acho que isso se confunde com rebeldia no ambiente pasteurizado de multinacional, mas na vida real, você tem que se impor. Claro que tem que fazer alianças, mas no geral você tem bem maior espaço de manobra quando está empreendendo.

Essa é uma verdade, pois por pior que seja o dia, é do caralho saber que aquele esforço todo é seu ( e no meu caso das minhas pequenas). Saber que você está construindo algo que vai te manter no futuro. Quem sabe até te permita viajar, passear e curtir com o fruto do seu trabalho.

Algumas vantagens:

- Você é dono do seu horário de almoço
- Você manda embora quem você quiser a hora que quiser
- Você só contrata quem você quiser - agências inclusive
- Você chega e sai na hora que quiser.

Claro que tudo isso tem limitações, mas são as mesmas de ter um emprego. E também tem um monte de problemas besta pra resolver. Mas lembre-se é tudo seu, portanto são seus problemas, não o dos outros.