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Caro Senador,
Tudo o que a mídia reporta e o senhor não se digna a dar uma resposta, eu acredito. O senhor tem exposição e capacidade para se defender de forma ampla e irrestrita, o que não nos dá nenhuma outra opção além de acreditar que não tem argumentos. Assim, opto por demonstrar minha indignação com o que vem acontecendo no Senado, e com a posição que o senhor assume diante da situação.
Verbas indenizatórias incorporadas como parte do salário, passagens sendo vendidas e usadas para turismo, nepotismo generalizado, funcionários fantasmas, empresas contratadas sem licitação, contratos superfaturados – é isso que o Senado se tornou. É claro, não é de hoje. Mas tampouco é de hoje sua influência na instituição. É seu o papel de contribuir para a construção de uma instituição ética. E, no mínimo, é sua a obrigação de se portar de acordo com a sua biografia.
Neste sentido, a crise é sua, Senador. Quando a mídia questiona os dez parentes seus como funcionários do Senado, não está questionando a instituição. Questiona sim a sua postura de empregá-los. O senhor, como presidente do Senado, deveria atuar como um bastião de ética, um exemplo de probidade, ao invés de um representante do status quo. Era o seu neto quem estava alocado no gabinete de outro senador, e não dava expediente lá. Mais tarde, seu neto foi substituído pela própria mãe. Era na sua conta que caíam os R$3.800,00 todos os meses, sem que o senhor percebesse. Todas estas são responsabilidades suas, e não do Senado.
Respeite sua biografia, senador. Zele para que sua família possa dizer em voz alta seu sobrenome.
Diogo Broner
Cidadão.