Muito interessante o tema do post anterior pois ontem quase postei um texto semelhante.
Eu trabalho em uma empresa (na verdade é uma entidade de classe, de onde o dinheiro vem do compulsório que as indústrias pagam para o Sistema S).
Essa empresa existe há 40 anos mas só entrou no mercado paulista ano passado (por razões políticas que não valem a pena explicar).
Pois bem, com atuação em 26 estados da nação há bastante tempo, não há um, repito, um núcleo estadual sequer onde a operação seja lucrativa. É isso aí, nenhuma operação é auto sustentável do ponto de vista mercadólogico.
Pois bem, decidiram abrir o escritório em SP. O briefing é que seja uma operação lucrativa (há inclusive um papo de que o compulsório terminaria em 2015, o que acabaria com o Sistema S como ele existe hoje). SP é responsável por 40% do PIB nacional. Em SP há (segundo pesquisa informal feita pela nossa equipe) 64 concorrentes diretos, sendo, inclusive, o mercado de 50% da receita do nosso maior concorrente.
Voltando: decidiram abrir o escritório por aqui.
Nós vendemos serviços de consultoria em Gestão e Educação.
Alguém aí fez um Plano de Negócio ? Pois é.
Alguém aí fez um Plano de Marketing? Pois é.
Alguém aí fez um Plano de Processo? Pois é.
Só para listar alguns obstáculos que estamos enfrentando: a marca é absolutamente desconhecida (lembrem-se: nós não vendemos cebola e sim consultoria em Gestão), não temos um portifolio definido, nao conhecemos quem toma as decisões de compra muito menos a árvore de decisão desse cara. Não temos nenhum estudo de concorrencia. Poderia listar mais uns cinco desse calibre.
Em uma reunião há umas semanas, perguntei para o Gerente Executivo "Mas por que não fizemos Plano de Negócio?". Resposta "SP é um mercado muito grande. Não precisa."
Enfim, a Diretoria contratou uma consultoria para resolver a questão de que os números não estão vindo (ah vá?).
Uma consultoria de processos!!!
Já passei tres tardes minhas ( e hoje tenho outra reunião) com os caras aprendendo sobre fluxograma, o que é um cliente interno, montando uma vaquinha de papel com outros colegas para aprender a importância da comunicação nos processos internos entre outros. Pois é, mas a gente esqueceu de perguntar pro mercado se é vaquinha de papel que ele quer.
Eu já levantei essa bola, pelo menos, umas cinco vezes. Com diferentes pessoas da organização e para a consultoria inclusive. Sempre ouço como resposta (na verdade, sempre não, as vezes a pessoa me olha com cara de "Hã?", às vezes com cara de "Ah, vai te catar, não enche o saco!") que nos outros núcleos tem dado certo. É, tem dado. O núcleo mais saudável é o de SC onde cada R$ 1 investido traz R$ 0,45 de retorno. Espetacular.
É claro que estou colocando a coisa por um prisma só. O da sustentabilidade economica e mercadologica do negócio. Há uma série de questões políticas envolvidas que, sinceramente, não me interessam nem um pouco.
Mas é angustiante você enxergar a solução na sua frente e não poder fazer nada.
terça-feira, 28 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Problemas de dentro e de fora
Hoje em dia meu cargo é de Diretor de Marca, mas me considero um gerente.
Acho que gerente é aquele que resolve. Que põe a mão na massa se necessário, e toma as decisões do dia-a-dia. Tem alguns gerentes que só fazem o lado de chefe. Viram supervisores, ficando em cima da equipe, enchendo o saco e cobrando, Não ajudam, e às vezes atrapalham.
Quando fiz o MBA, uma palestra tocou num ponto interessante. Que a diretoria da empresa deveria trabalhar pra fora. Tratar da relação da empresa com o mercado e a sociedade. Não deveria se meter na operação da empresa, isso é papel dos gerentes.
Fiquei pensando nisso pois estou passando por um problemaço bizarro causado pelo sócio da empresa. Considero ele o Diretor. Ele tomou uma decisão puramente operacional sem consultar ninguém e simplesmente fodeu tudo.
Quase sempre dá esse tipo de merda, pois um diretor não tem todas as informações necessárias para tomar a decisão. Mesmo porque existe um gerente pra tomar decisões operacionais. Acabam os dois fazendo o mesmo trabalho, sobrando pro gerente implementar uma decisão ruim.
Todo esse texto é pra destacar como muitas vezes os problemas enfrentados por um negócio são criados pela própria empresa. E muita gente se acostuma com isso, dizendo - "É assim mesmo..." - e continua fazendo cagadas.
Quando a empresa está atolada em problemas criados por si mesma, que chance tem de enfrentar os problemas criados pela concorrência, impostos, falsificações, crises econômicas, mudanças de comportamento do consumidor, etc....?
Quando fiz o MBA, uma palestra tocou num ponto interessante. Que a diretoria da empresa deveria trabalhar pra fora. Tratar da relação da empresa com o mercado e a sociedade. Não deveria se meter na operação da empresa, isso é papel dos gerentes.
Fiquei pensando nisso pois estou passando por um problemaço bizarro causado pelo sócio da empresa. Considero ele o Diretor. Ele tomou uma decisão puramente operacional sem consultar ninguém e simplesmente fodeu tudo.
Quase sempre dá esse tipo de merda, pois um diretor não tem todas as informações necessárias para tomar a decisão. Mesmo porque existe um gerente pra tomar decisões operacionais. Acabam os dois fazendo o mesmo trabalho, sobrando pro gerente implementar uma decisão ruim.
Todo esse texto é pra destacar como muitas vezes os problemas enfrentados por um negócio são criados pela própria empresa. E muita gente se acostuma com isso, dizendo - "É assim mesmo..." - e continua fazendo cagadas.
Quando a empresa está atolada em problemas criados por si mesma, que chance tem de enfrentar os problemas criados pela concorrência, impostos, falsificações, crises econômicas, mudanças de comportamento do consumidor, etc....?
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Karma
Qual será o nosso papel no mundo? Temos que mostrar para aqueles que agem errado conosco que somos maiores que eles? Ou somos agentes do karma, e aqueles que fodem a gente tomam em dobro?
Minha cliente, do post anterior, perdeu o CD com o material que lhe enviei. E agora precisa que eu mande um novo urgente.
Deixo ela no vácuo? Ou mostro que sou maior que ela?
Que vocês acham?
Minha cliente, do post anterior, perdeu o CD com o material que lhe enviei. E agora precisa que eu mande um novo urgente.
Deixo ela no vácuo? Ou mostro que sou maior que ela?
Que vocês acham?
Já fiz o que eu podia...
Hoje fechei o tempo com um cliente que não me paga. Fizemos um trabalho para eles o qual, na conclusão, me foi solicitado que dividisse o valor remanescente entre as unidades de produção. Concordei.
7 notas foram emitidas. 6 foram pagas. A sétima nota está vencida faz quinze dias, e não tenho sequer uma posição sobre quando receberei. Entre as coisas que me incomodaram na conversa de hoje - fiz questão de anotar, pois queria lembrar das palavras exatas:
1. "Já fiz tudo o que eu poderia fazer."
2. "Só uma das sete notas não foi paga."
3. "Não acredito que vocês não têm caixa para completar esta diferença e pagar o fornecedor."
4. "O chefe da responsável é gerente da unidade, não vou incomodar ele por causa de uma nota."
5. "Se quiser, podemos partir para um rompimento de contrato."
6. "Não, não pode faturar o que falta para o grupo ao invés da unidade. Eu não tenho esse dinheiro no meu centro de custos, e não posso pagar por um custo que é da unidade."
7. "Vocês têm que ser flexíveis."
Passando minha raiva, fui ver o que tinha aí:
1. Largando o problema para eu resolver.
2. A empresa minimizando o problema.
3. Transferindo a responsabilidade.
4. Me diminuindo.
5. Pressionando com o tamanho da empresa.
6. Tirando da reta.
7. Questionando a intensidade da minha parceria.
Em tempo - a empresa é uma das 10 maiores do Brasil. A nota é de R$1.000.
Todo mundo deveria ser fornecedor antes de ser cliente...
Esse foi só para contar o causo e tirar do meu peito. Depois eu conto pra vocês no bar a minha resposta, e o post filosofando sobre isso vem outro dia...
7 notas foram emitidas. 6 foram pagas. A sétima nota está vencida faz quinze dias, e não tenho sequer uma posição sobre quando receberei. Entre as coisas que me incomodaram na conversa de hoje - fiz questão de anotar, pois queria lembrar das palavras exatas:
1. "Já fiz tudo o que eu poderia fazer."
2. "Só uma das sete notas não foi paga."
3. "Não acredito que vocês não têm caixa para completar esta diferença e pagar o fornecedor."
4. "O chefe da responsável é gerente da unidade, não vou incomodar ele por causa de uma nota."
5. "Se quiser, podemos partir para um rompimento de contrato."
6. "Não, não pode faturar o que falta para o grupo ao invés da unidade. Eu não tenho esse dinheiro no meu centro de custos, e não posso pagar por um custo que é da unidade."
7. "Vocês têm que ser flexíveis."
Passando minha raiva, fui ver o que tinha aí:
1. Largando o problema para eu resolver.
2. A empresa minimizando o problema.
3. Transferindo a responsabilidade.
4. Me diminuindo.
5. Pressionando com o tamanho da empresa.
6. Tirando da reta.
7. Questionando a intensidade da minha parceria.
Em tempo - a empresa é uma das 10 maiores do Brasil. A nota é de R$1.000.
Todo mundo deveria ser fornecedor antes de ser cliente...
Esse foi só para contar o causo e tirar do meu peito. Depois eu conto pra vocês no bar a minha resposta, e o post filosofando sobre isso vem outro dia...
domingo, 19 de julho de 2009
Sobre o bom senso
Vou falar um pouco sobre o que penso sobre bom senso.
Em primeiro lugar, o que seria bom senso? Seria a capacidade de tomar uma boa decisão? Se for isso, pra poder avaliar se o que eu decido é bom ou ruim, tenho que conhecer e entender as possíveis consequencias dos meus atos. Só conheço 3 maneiras de saber isso:
- Aprender com alguém - ou seja, com a experiência dos outros.
- Aprender com meus erros e acertos - ou seja com a minha experiência.
- Nascer sabendo - vamos combinar que essa não rola...
Ou seja, pra uma pessoa tomar boas decisões, ela tem que aprender errando ou aprender estudando. Ler não é um hábito da maior parte das pessoas com quem convivo, e considerando a popularidade de programas como novela e Big Brother, esse hábito também não está presente na população em geral. Então a maior parte aprende na raça mesmo.
Quando isso afeta somente a própria pessoa, tudo bem. Mas quando afeta outros, que é o caso de pais que são negligentes com os filhos ou motoristas bêbados que causam acidentes, aí acho que a lei deve estar acima de todos. E infelizmente, quando se faz bobagem, deve-se pagar o preço.
Na verdade acho esse assunto cansativo às vezes. O Brasil é um país demasiado jovem e de pouca cultura. Nosso presidente confia somente na tradição oral, o que também é verdade pra boa parte da população. Falar em bom senso nessa situação é complicado.
Quer um exemplo de que não é o caso de "brecha legal"? O Sarney MENTIU na tribuna ao dizer que não tinha responsabilidade administrativa sobre sua fundação e o que ocorria nela. MENTIR é quebra de decoro parlamentar, está na lei. Provoca perda de mandato. Então o problema não é de brecha na lei. É sim o descumprimento descarado da lei. Seus colegas optam por IGNORAR a lei.
E acho que é isso que dá quando você começa a relativizar a aplicação das leis misturando por exemplo bom senso com decisão de juizes. Acaba dando espaço para afirmações como a do Lula, de que o Sarney está acima das outras pessoas. Pois na verdade ele está certo do ponto de vista deles. Com o bom senso deles, dado pela experiência deles, que estão lá, se esbaldando com a nossa grana, tem que inocentar o cara, afinal todo mundo faz. E o juiz que vai ver o caso, usando de seu bom senso, vai deixar passar. Ou não??
Em primeiro lugar, o que seria bom senso? Seria a capacidade de tomar uma boa decisão? Se for isso, pra poder avaliar se o que eu decido é bom ou ruim, tenho que conhecer e entender as possíveis consequencias dos meus atos. Só conheço 3 maneiras de saber isso:
- Aprender com alguém - ou seja, com a experiência dos outros.
- Aprender com meus erros e acertos - ou seja com a minha experiência.
- Nascer sabendo - vamos combinar que essa não rola...
Ou seja, pra uma pessoa tomar boas decisões, ela tem que aprender errando ou aprender estudando. Ler não é um hábito da maior parte das pessoas com quem convivo, e considerando a popularidade de programas como novela e Big Brother, esse hábito também não está presente na população em geral. Então a maior parte aprende na raça mesmo.
Quando isso afeta somente a própria pessoa, tudo bem. Mas quando afeta outros, que é o caso de pais que são negligentes com os filhos ou motoristas bêbados que causam acidentes, aí acho que a lei deve estar acima de todos. E infelizmente, quando se faz bobagem, deve-se pagar o preço.
Na verdade acho esse assunto cansativo às vezes. O Brasil é um país demasiado jovem e de pouca cultura. Nosso presidente confia somente na tradição oral, o que também é verdade pra boa parte da população. Falar em bom senso nessa situação é complicado.
Quer um exemplo de que não é o caso de "brecha legal"? O Sarney MENTIU na tribuna ao dizer que não tinha responsabilidade administrativa sobre sua fundação e o que ocorria nela. MENTIR é quebra de decoro parlamentar, está na lei. Provoca perda de mandato. Então o problema não é de brecha na lei. É sim o descumprimento descarado da lei. Seus colegas optam por IGNORAR a lei.
E acho que é isso que dá quando você começa a relativizar a aplicação das leis misturando por exemplo bom senso com decisão de juizes. Acaba dando espaço para afirmações como a do Lula, de que o Sarney está acima das outras pessoas. Pois na verdade ele está certo do ponto de vista deles. Com o bom senso deles, dado pela experiência deles, que estão lá, se esbaldando com a nossa grana, tem que inocentar o cara, afinal todo mundo faz. E o juiz que vai ver o caso, usando de seu bom senso, vai deixar passar. Ou não??
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Qual o sentido da vida?
Ontem num bom café com Homem Oco conversávamos sobre um assunto muito importante e também demasiado filosófico, assunto esse que já foi debatido algumas vezes nas nossas mesas de bar, mas ontem chegamos na pergunta "mas qual o sentido da vida?".
Bom como não é uma pergunta simples de responder e é claro talvez a mais pessoal de todas eu dei uma resposta para ele. "Talvez um dos sentidos seja a gente cuidar bem de nós mesmos", no sentido físico mesmo, coisa que sabemos eu sou péssimo em fazer.
Aí vem a coisa boa, hoje preparei meu almoço e pra mim foi uma das tardes mais legais que já tive, ouvindo música, fazendo um prato que nunca havia feito antes e realmente cuidando de mim.
Então se fosse responder hoje diria que o sentido da vida é:
- Espaguete italiano
- Molho de calabresa
- Peixe no forno
- Bavaria Premium
- Som de James Brown
E tempo para fazer tudo isso...
terça-feira, 14 de julho de 2009
Isso depende...
Esse vai ser rápido.
Ontem estava vendo Jornal Nacional e estavam comentando o caso da menina de 5 anos que caiu do apartamento no Rio e morreu. Ela estava sozinha e os pais na Festa Julina do condomínio com a outra filha, que com 14 anos já está grávida.
Em seguida entrevistam uma juiza, que diz que em princípio o caso configura abandono de incapaz. Continua falando dizendo que se os pais vão ao supermercado por exemplo, não podem deixar a criança presa sozinha dentro do carro. Até aí estava tudo bem...
Em seguida ela emenda, dizendo que se estiver uma chuva muito forte, e a pessoa for ficar somente 2 minutinhos na loja, é melhor deixar no carro...dá pra definir porra???
Ou seja, o "Isso depende" é uma das coisas que nos estraga....o que depende, que não tem uma definição clara....
-Não pode roubar, mas se for pra comer pode.
- Não pode empregar parente, mas se for ex-presidente pode.
- Não pode favorecer amigo, mas se for cumpanheru pode.
- Não pode matar, mas dirigindo bêbado e for famoso tudo bem...
A lista é interminável, pois tudo depende...
Ontem estava vendo Jornal Nacional e estavam comentando o caso da menina de 5 anos que caiu do apartamento no Rio e morreu. Ela estava sozinha e os pais na Festa Julina do condomínio com a outra filha, que com 14 anos já está grávida.
Em seguida entrevistam uma juiza, que diz que em princípio o caso configura abandono de incapaz. Continua falando dizendo que se os pais vão ao supermercado por exemplo, não podem deixar a criança presa sozinha dentro do carro. Até aí estava tudo bem...
Em seguida ela emenda, dizendo que se estiver uma chuva muito forte, e a pessoa for ficar somente 2 minutinhos na loja, é melhor deixar no carro...dá pra definir porra???
Ou seja, o "Isso depende" é uma das coisas que nos estraga....o que depende, que não tem uma definição clara....
-Não pode roubar, mas se for pra comer pode.
- Não pode empregar parente, mas se for ex-presidente pode.
- Não pode favorecer amigo, mas se for cumpanheru pode.
- Não pode matar, mas dirigindo bêbado e for famoso tudo bem...
A lista é interminável, pois tudo depende...
domingo, 12 de julho de 2009
Desculpa qualquer coisa...
Não sou o primeiro a falar sobre isso, já li em outro lugar.
Estive viajando por 4 dias por Londrina, Curitiba e Joinville. Boas cidades com um povo educado, bem acima da média nacional.
E fui atendido por diversas pessoas em hotéis, restaurantes e aeroportos. Na maior parte das vezes fui bem atendido, não tenho do que reclamar. Mesmo assim, em duas ocasiões escutei o "desculpa qualquer coisa" ao final do atendimento. Confesso que nunca entendi essa expressão, então elaborei algumas hipóteses:
1 - A pessoa está pedindo desculpas por algo que ela fez e eu não percebi. Nesse caso, a desculpa é irrelevante, pois eu não me senti ofendido por nada.
2 - A pessoa está se desculpando por algo que ela não teve responsabilidade. Nesse caso a desculpa é descabida, pois não é foi ela a causadora da ofensa.
3 - A pessoa está se desculpando por qualquer coisa que tenha me ofendido, e ELA não sabe o que foi.
Só consegui essas três hipóteses, e acho que aposto na terceira opção. E se é assim, demonstra uma imensa subserviência da pessoa, pois ela se desculpa por algo que desconhece. Se coloca num nível inferior automaticamente.
Se ela é ignorante no sentido de ignorar a consequencia de seus atos, seria como um bebê se desculpar por seu choro incomodar alguém. O que obviamente não faz sentido.
Isso pode ser um reflexo da desigualdade. A falta de igualdade está em todos os lados da sociedade brasileira, acho que os políticos, como qualquer autoridade, apenas refletem isso, na medida em que se vêem e são vistos como acima dos outros.
E acho que as pessoas jogam dos dois lados. Baixam a cabeça pra quem tá em cima e descem a pancada em quem tá embaixo. E isso é meio institucionalizado, e coitado do cachorro que é o último a levar o pontapé do faxineiro, e não tem em quem descontar...
Estive viajando por 4 dias por Londrina, Curitiba e Joinville. Boas cidades com um povo educado, bem acima da média nacional.
E fui atendido por diversas pessoas em hotéis, restaurantes e aeroportos. Na maior parte das vezes fui bem atendido, não tenho do que reclamar. Mesmo assim, em duas ocasiões escutei o "desculpa qualquer coisa" ao final do atendimento. Confesso que nunca entendi essa expressão, então elaborei algumas hipóteses:
1 - A pessoa está pedindo desculpas por algo que ela fez e eu não percebi. Nesse caso, a desculpa é irrelevante, pois eu não me senti ofendido por nada.
2 - A pessoa está se desculpando por algo que ela não teve responsabilidade. Nesse caso a desculpa é descabida, pois não é foi ela a causadora da ofensa.
3 - A pessoa está se desculpando por qualquer coisa que tenha me ofendido, e ELA não sabe o que foi.
Só consegui essas três hipóteses, e acho que aposto na terceira opção. E se é assim, demonstra uma imensa subserviência da pessoa, pois ela se desculpa por algo que desconhece. Se coloca num nível inferior automaticamente.
Se ela é ignorante no sentido de ignorar a consequencia de seus atos, seria como um bebê se desculpar por seu choro incomodar alguém. O que obviamente não faz sentido.
Isso pode ser um reflexo da desigualdade. A falta de igualdade está em todos os lados da sociedade brasileira, acho que os políticos, como qualquer autoridade, apenas refletem isso, na medida em que se vêem e são vistos como acima dos outros.
E acho que as pessoas jogam dos dois lados. Baixam a cabeça pra quem tá em cima e descem a pancada em quem tá embaixo. E isso é meio institucionalizado, e coitado do cachorro que é o último a levar o pontapé do faxineiro, e não tem em quem descontar...
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Este é para o Conselho de Ética, por inocentar o dono de Camelot...
cedpa@camara.gov.br
--------------
Caros,
Mais uma vez, o Conselho de Ética faz o que dele é esperado, e não cumpre a sua missão, inocentando o Deputado Edmar Moreira, acusado de quebra de decoro parlamentar – o chamado Deputado do Castelo que se tornou o único cliente de suas empresas de segurança ao contratá-las, pelo preço que bem entendeu, sem licitação, sacando em dinheiro o valor “acordado” e sem comprovação de que os serviços foram efetivamente prestados. Consigo imaginar poucas coisas mais fraudulentas.
Não há nenhuma expectativa de que a Câmara se preste a um papel melhor do que este que faz, protegendo os seus, buscando inocentar ou aplicar penas brandas a aqueles que comprovadamente agem contra o interesse da sociedade brasileira. Imperam pareceres idealistas, recomendando cassações – pareceres estes que invariavelmente são seguidos por votações corporativistas que protegem os interesses dos próprios Deputados.
Dia após dia, vemos réus confessos alegando erros técnicos e deslizes, enquanto contratam parentes, superfaturam contratos, ganham comissões ilícitas por serviços que não poderiam prestar, traficam influência, entre tantos outros crimes. Olho para a Câmara dos Deputados, e também para o Senado Federal, e só o que vejo é um conjunto de sapos velhos decadentes engordando às minhas custas.
Tenho vergonha de dizer que pago meus impostos em dia, e preferia rasgar este dinheiro a vê-lo em propriedade de Vossas Excelências, pessoas que não tem nenhum respeito com o suor de meu trabalho e com meu sonho de viver uma vida melhor.
Espero que seus filhos tenham vergonha de dizer seus sobrenomes em voz alta.
Diogo Broner
Cidadão.
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Caros,
Mais uma vez, o Conselho de Ética faz o que dele é esperado, e não cumpre a sua missão, inocentando o Deputado Edmar Moreira, acusado de quebra de decoro parlamentar – o chamado Deputado do Castelo que se tornou o único cliente de suas empresas de segurança ao contratá-las, pelo preço que bem entendeu, sem licitação, sacando em dinheiro o valor “acordado” e sem comprovação de que os serviços foram efetivamente prestados. Consigo imaginar poucas coisas mais fraudulentas.
Não há nenhuma expectativa de que a Câmara se preste a um papel melhor do que este que faz, protegendo os seus, buscando inocentar ou aplicar penas brandas a aqueles que comprovadamente agem contra o interesse da sociedade brasileira. Imperam pareceres idealistas, recomendando cassações – pareceres estes que invariavelmente são seguidos por votações corporativistas que protegem os interesses dos próprios Deputados.
Dia após dia, vemos réus confessos alegando erros técnicos e deslizes, enquanto contratam parentes, superfaturam contratos, ganham comissões ilícitas por serviços que não poderiam prestar, traficam influência, entre tantos outros crimes. Olho para a Câmara dos Deputados, e também para o Senado Federal, e só o que vejo é um conjunto de sapos velhos decadentes engordando às minhas custas.
Tenho vergonha de dizer que pago meus impostos em dia, e preferia rasgar este dinheiro a vê-lo em propriedade de Vossas Excelências, pessoas que não tem nenhum respeito com o suor de meu trabalho e com meu sonho de viver uma vida melhor.
Espero que seus filhos tenham vergonha de dizer seus sobrenomes em voz alta.
Diogo Broner
Cidadão.
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